Decide-te!

Decide-te! Por favor, decide-te! Entras ou sais na minha vida. Já não aguento entre “entre e sai” constante. Já não aguento a porta entreaberta na ânsia de te ver entrar devagar. Já não aguento a ausência das horas passadas a conversar contigo. Já não aguento não ter notícias tuas. Já não aguento os olhares cruzados nos locais onde o meu caminho se cruza com o teu. Já não aguento não sentir o coração e a alma tranquila no meio dos sorrisos trocados contigo. Já não suporto não sentir o calor do teu abraço. Já não aguento não sentir a tua mão pegar na minha calmamente. Não. Decide-te. Nunca te disse a mistura efusiva que fazes dentro de mim quando te aproximas, mas hoje, que já não suporto nada, digo-te. Confesso-te. Grito até não poder mais. Hoje que não consigo ficar calada, digo-te que preciso de ti na minha vida. Que me fazes bem e me fazes sentir em harmonia com o mundo…mas, também, tenho que te dizer que existe outro pedaço de mim que não te quer. Quero-te e não te quero. Quando decides entrar por aquela porta fazes com que tudo tenha o seu sentido. Mas aquando da tua partida não deixas sequer um sinal e não me deixas dizer-te “adeus”. Talvez porque saibas que vais regressar. E se quando regressares a tua porta estiver encerrada definitivamente? Já pensaste que por mais bem que me sinta contigo o teu “entra e sai” constante me faz pensar que será melhor não te ter. Mas quem quero eu enganar? Entras e sais porque não sou capaz de te dizer que te quero ter na minha vida, a desempenhar um papel qualquer. Isso não me importa. Desde que estejas sempre pertinho de mim. Mas enquanto não for capaz de te dizer isso, vamos continuar assim...tu entras e sais da minha vida à mesma velocidade que eu entro e saio da tua. Vamos continuar nesta “roda vida” até a vida nos deixar...Até lá vou continuar a “fingir que sou cruel” para ti quando viras as costas ou quando te digo que não me importo contigo…digo-te que somos “fogo sobre o gelo” nos caminhos que percorremos os trilhos da vida. Não, não quero mais assim. “Sou guerra e só procuro ter paz que tu (neste momento) não me dás”…por isso, faz-me um favor…Decidi-te!