Andei uma vida inteira a sonhar com a Universidade. Andei uma vida inteira a lutar para chegar cá. Obstáculos após obstáculos. Triunfos e derrotas. Sorrisos e lágrimas. Vi o meu nome na lista dos alunos colocados em 2007…numa noite de sábado juntamente com os amigos perfeitos. Festejamos e criamos logo uma lista de sonhos que parecia nunca mais acabar…chegamos a universidade…a nossa segunda casa. À instituição que nos ia acolher nos próximos anos. A instituição que nos ia ver formar. Cheguei como Caloira. Fui a número 1. Cantei. Pulei. Fiz amizades. Chorei. Fiquei sem voz. Fui baptizada e tive direito a um novo nome. Defendi o curso com unhas e dentes. Lutei e sofri. Mas também venci. Foi um ano de transformação total e tive a meu lado as pessoas certas, a quem hoje lhes agradeço tudo. Foi o ano do novo capítulo. Passei então a ser Mestre. O ano da serenidade. Do equilíbrio. Da tranquilidade e paz. Das vitórias sucessivas e de orgulho mais que visível. E por fim, sou Grão-mestre. O último ano está a terminar. O último ano de licenciatura. O último ano de estudante a tempo inteiro. O último ano de tantos outros de estudo. O último ano de tanta coisa. Foi uma passagem tão fugaz. Foi um capítulo que escrevi e vivi demasiado depressa…Não queira que tivesse a acabar já. Não queria que terminasse toda esta mística que envolve a UBI…não queria sentir o coração pequenino por ser Finalista…por ir abandonar a universidade, o pólo, alguns colegas…mas quero permanecer com os amigos que fiz nestes três anos perto de mim…dentro do meu coração…
Hoje que olho para trás vejo que tudo isto valeu a pena. Que todas as lágrimas derramadas valeram bem a pena. Que todo o sacrifico teve a sua recompensa. Que sou uma privilegiada por sentir e viver tudo isto. Que cresci imenso como pessoa. Que me tornei numa pessoa melhor. Que sorrio a cada recordação. A cada abraço. A cada momento. E se cada vez que reler estas minhas palavras desatar a chorar então é bom sinal, é sinal que tudo isto valeu a pena e foi bem vivido.
Em relação a ti, Covilhã, que poderei eu dizer? Que és a mais bela cidade. Aquela que me viu nascer. Aquela que me viu dar os primeiros passos e as primeiras falas. Aquela que me viu entrar, cheia de medo e curiosidade, para a escola primária e que sempre acompanhou o meu percurso até hoje. Na decisão de deliberar se concorria para aqui ou para fora…o peso de ficar na Cidade Natal falou mais alto e fiquei por cá. Arrependo-me? Jamais. Foi uma escolha mais que certa. A cidade que me viu crescer como pessoa e que irá acompanhar para sempre. A cidade 5 Estrelas que tanto me oferece sem nada pedir. As ruas que contam histórias diferentes. Os locais que tão boas memórias trazem. A cidade que me enche o coração e me faz feliz. A cidade que é a minha vida. A cidade que hoje me vê “partir” para uma nova fase. A cidade que hoje me vê chorar ao olhar para ela. A cidade que me diz “pertences aqui”. A cidade que me abraça junto as montanhas…Jamais irei dizer “Adeus, Adeus” a esta terra da beira. Quanta saudade aqui guardo de tudo isto. A alma e o coração choram…é uma mistura enorme de sentimentos. Serei eternamente a menina covilhanense, a menina da encosta da serra…a menina que vive por este ar que é único. Obrigada Cidade por todos estes anos em que me fizeste mais uma menina de sorriso no rosto. Obrigada por todos os momentos. Obrigada por acolheres tão bem aqueles que me são importantes. Obrigada cidade onde há “frio nas mãos, calor no peito”. E sobretudo “cidade em plena serra, perto do céu longe do mar…” “A cidade que jamais sai do meu olhar”…a minha cidade, o meu orgulho.
Obrigada a vocês, Pai, Mãe e Mano ,que tanto esforço fizeram para alimentar este meu sonho. Sem esquecer, Olga e Nuno. Por todo o apoio dado nestes anos. Por toda a coragem e garra que me transmitiram. Por nunca me deixarem desistir dos sonhos. Por me estenderem a mão sempre que era preciso. Por todas as vezes que me limparam as lágrimas. Que sempre me ampararam as quedas. Que nunca deixaram de acreditar no meu valor. Que sempre demonstraram orgulho em mim. Que sempre me foram ajudando da forma como podiam. Aos meus pequenos, Diogo e Laura, por me demonstrarem que as crianças são o melhor do mundo. Pelos seus sorrisos diários. Pelos seus abraços e carinhos. Pelas brincadeiras que partilhamos. Pelos momentos em que deram força com a sua ingenuidade de criança. Que me fizeram a prima mais orgulhosa e babada do mundo. Porque sem estes pequenos, muita coisa não tinha sido possível. O meu sincero Obrigada. Jamais haverá palavras suficientes para vos agradecer por tudo. Simplesmente vos prometo que vou dar o meu melhor nesta nova fase da vida. Que irei retribuir de uma forma ou de outra todos estes momentos.
Obrigada a ti, minha metade...porque sem ti este ano não seria o mesmo, não tinha o mesmo. Toda a ajuda. Toda a paciência. Todos os esforços. Por tudo. Amo-te e esta vitória, em parte, também é tua =)
Aos amigos, que tanto me ajudaram. Foram sem dúvida aqueles que melhor me compreenderam e viveram ao mesmo que eu maior parte dos problemas. Foi com eles que houve os desabafos e confidências. Foi com eles que vivi as alegrias e todas as tristezas. Foi com eles que fui festejar todos os triunfos. Foram eles que me abraçaram e me deram a sua mão para tudo. Foi com eles que vivi, da melhor maneira, todos estes anos. Foram três anos de pura partilha. Foram três anos únicos e memoráveis. Obrigada a cada um de vocês por tudo o que fizeram por ti. Sem vocês não teria sido possível…Obrigada companheiros de uma vida. Obrigada por Desporto me fazerem amar. Cada um com o seu lugar no meu coração.
Por último e não menos importante, quero deixar aqui o meu obrigada aos professores. Que foram incansáveis nestes anos. Que tanto me ensinaram. Que tanto lutaram para eu (e todos os meus colegas) saíssemos daqui melhores pessoas. Pessoas capazes de enfrentar o mundo lá fora…o mercado de trabalho. Obrigada, Professores…sem vocês é que isto não teria sido possível de maneira nenhuma. Saio agora uma verdadeira cientista do desporto…Obrigada
3 comentários:
Orgulho em ti!
força doutora ja tudo passou mas vai ficar sempre aquela saudade, e eu sei do que falo, sou dos açores e tenho um filho que acabou a sua licenciatura precisamente no mesmo dia estive ai no dia da bençao das pastas e pude verificar in loco a enorme alegria de voçes, muitos parabes e muitas felecidades. AÇOREANO
Doutora ainda não...faltam umas semanitas para tal...e aquela alegria que ve viveu (e que o senhor pode presenciar nesse dia) é uma das sensações que não se esquece nunca mais! Só quem sente...consegue (ou pelo menos tenta) explicar como é...
Obrigada pelas palavras =)
Enviar um comentário