Hoje não consigo escrever o que me vai no coração e na alma. A revolta ainda permanece. A saudade faz-se sentir a cada diz que passa. O amor? Continua cá dentro. Firme. Forte. Único. Indestrutível.
Tenho saudades tuas. Cada vez mais. Tento gerir as emoções mas é tão difícil. Continua a ser doloroso entrar no teu espaço, sentar-me no teu sofá e tu não estares lá. Espero que entres pela porta de sorriso no rosto. Que me abraces e me passes a mão pelo cabelo como só tu sabias fazer. De ouvir as tuas histórias de guerreiro da vida. De sentir o fervor do nervoso miudinho quando surgia aquela tensão no teu espaço. De correr até ti pelo teu verde incrível. De sentir aquele cheiro característico da terra ao teu lado. Das vindimas a teu lado. Dos almoços de família. De te ver. De estar ao teu colo. De tudo…
Lembrei-me, hoje, quando te perguntei “porque quis fazer o almoço de família no dia dos seus anos? Já não fazia a tanto tempo” ao qual tu prontamente me respondeste “Porque não sei se para o ano estamos cá todos para repetir”. Eu dei-te um beijo na testa e disse “Não diga disparates…vamos estar cá sim e a fazer uma festa maior”. O certo é que tu é que tinhas razão. Tu já não estiveste muito mais tempo. Tenho pena de não ter aproveitado melhor aquele dia contigo. Tenho pena de não ter partilhado a última passagem de ano tua cá em casa contigo. Tenho pena de no dia antes à tua partida não ter ido a tua casa. Tenho pena de ser das netas que mais longe (fisicamente) de ti esteve. Tenho pena de não me teres visto trajada (pelo menos olhos nos olhos…porque sei que viste e que me vês todos os dias). Tenho pena de tanto…
Porém sei que estás num sítio melhor. Que estás juntamente com outras pessoas que te faziam falta. Que me acompanhas a cada dia que passas. Que vibras comigo a cada triunfo meu. Que me limpas as lágrimas a cada derrota. Que me dás força quando ela parece escondida. Quando não vejo solução nenhuma lá aparece uma luz milagrosa que tem “dedo teu”. Sei que nunca me irás deixar sozinha. É uma das certezas que tenho mais vincadas em mim. O por do sol que ganhou outro significado. Tu!
A saudade é enorme, o amor ainda mais…mas continuo em silêncio a mostrar-te o quanto te amor. Meu Eterno Ídolo!
2 anos depois
(20:00….exactamente à mesma hora)
4 comentários:
Fica apenas um beijinho poruqe as palavras também não saem!
O resto já tu o disseste e muito bem dito.
Ai Joana que me deu um nó na garganta.
Também tenho essas saudades. Sabes, a falta de um avô, avó acabamos por aceita la porque é a lei natural da vida... mas a falta dos amigos que partilhavam o mesmo mundo connosco, isso sim custa a encarar.
Qdo amamos é sempre assim, nao?
Beijinhos
um beijo enorme
Desde que descobri o teu blog que tenho lido atentamente alguns dos teus textos e, desde já, os meus parabéns por eles.
Mas este... este fez-me chorar.
Quero agradecer-te por relembrares o nosso querido avô com estas palavras tão dignas.
Um beijinho grande da tua prima Bruna
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